A estudante gaúcha Bruna dos Santos está de malas prontas, prestes a cruzar meio mundo para estudar Medicina em um lugar ainda pouco desbravado por estudantes brasileiros: a Rússia. Nascida em Parobé, a jovem de 17 anos, que embarca na próxima quinta-feira, escolheu o destino por ser pouco usual.
— E é bem mais barato do que fazer Medicina em uma universidade particular no Brasil — completa Bruna, que também cogitava estudar na Argentina e em Cuba.
Ela admite não saber muito sobre Kursk, cidade a cerca de 500 quilômetros ao sul de Moscou onde vai viver pelos próximos seis anos. Além do mais, não tem qualquer noção sobre o idioma local. Mas isso não a assusta, pois, antes de iniciar a graduação, passará três meses em um curso preparatório de russo, física, química e biologia (as três em inglês — idioma em que será ministrada a graduação).
— Sei que só vou ver minha família uma vez por ano, mas não vou ter problemas de adaptação, porque já fiz intercâmbio na Irlanda logo que terminei o Ensino Médio — projeta Bruna.
Por que a Rússia?
Optei pela Rússia para aprender sobre outra cultura e outra língua, o que é mais desafiador, e pela qualidade da universidade, que está entre as 10 melhores do país e tem uma excelente infraestrutura. Além disso, a carga horária é maior do que a das universidades oferecidas na Argentina, com aulas de segunda a sábado.
Saiba mais
De acordo com a Aliança Russa de Ensino Superior, entidade responsável pelo Programa de Estudos Universitários da Rússia, não há reajuste no valor da semestralidade até o fim do curso. Os novos alunos deverão investir US$ 2,3 mil para cobrir as taxas escolares e US$ 300 pela moradia. Informações em www.aliancarussa.com.br
Detalhe ZH
O sistema russo
O sistema de ensino a que Bruna será submetida na Rússia é diferente do brasileiro. Lá, não há acúmulo de conteúdo, pois, em um programa organizado em diárias, o estudante faz uma avaliação depois de cada assunto visto em aula. Se, no semestre, forem 16 encontros, por exemplo, o aluno fará 16 avaliações antes do exame final do período. Caso perca uma aula ou uma avaliação, terá de marcar, com o professor, uma nova data para recuperar o que ficou para trás.