Pietro Bertuzzi, 21 anos, saiu de Florianópolis para estudar em uma cidade de nome praticamente impronunciável para os brasileiros. O estudante de Engenharia Civil da Universidade Federal de SC vai passar um semestre matriculado em uma universidade em Kaiserslautern. A cidade no oeste da Alemanha tem aproximadamente 100 mil habitantes. Pietro estava na nona fase do curso quando decidiu arrumar as malas e estudar na Technische Universität, pelo programa do governo federal Ciência sem Fronteiras. A experiência, para ele, tem valido a pena. Confira o relato de Pietro.
Paixão em comum
Talvez algo que assemelhe a cidade Kaiserslautern ao Brasil seja o fato de que ela também respire futebol! O time 1.FCK, apresenta números incríveis de torcedores para uma equipe que está hoje na 2ª divisão da Bundesliga, campeonato nacional alemão. Os jogos movimentam a cidade inteira e só se fala sobre isso. Por muitos anos, o time era um dos únicos destaques da cidade no cenário nacional. Porém, nos últimos anos a boa reputação da universidade tem sido a responsável por colocar o nome Kaiserslautern novamente no mapa.
O curso
Pelo fato de eu ser um aluno de intercâmbio, pude escolher livremente as matérias de meu interesse que eu iria cursar. Contudo, todas as disciplinas são lecionadas na língua alemã, uma vez que o curso de Engenharia Civil nessa universidade é oferecido apenas nesse idioma. Outros cursos disponibilizam disciplinas em inglês, além de alemão. Penso no idioma diferente não como uma barreira, e sim como um desafio. Para aprimorar meu alemão, fiz um curso intensivo de dois meses, entre fevereiro e abril, antes de viajar.
Frequento as cadeiras de planejamento e administração da construção, urbanismo, construção de pontes e dinâmica das fundações e ação de terremotos. Além disso, estou elaborando aqui a primeira parte do meu trabalho de conclusão de curso. Também faço parte de um projeto do laboratório de Engenharia Civil da universidade, voltado para projetar e testar construções populares, utilizando-se novos materiais e método inovadores de construção.
Estrutura do campus
A estrutura do campus é incrível! Com moradias estudantis, transporte gratuito. Também há coisas curiosas como bares dentro da própria universidade. Moro em uma das moradias estudantis que fica a apenas três minutos de caminhada das minhas salas de aula. O restaurante universitário (mensa, em alemão) oferece uma variedade incrível de opções, considerando o baixo preço. Já comi desde Schnitzela, Paella a Burritos, pagando apenas 2,15 euros por refeição!
Pé na estrada
O sistema de transporte alemão é bastante desenvolvido e prático, na minha opinião. Uma infinidade de linhas ferroviárias conecta as cidades da Alemanha, com trens regionais e de alta velocidade. Uma dica interessante, para quem pretende viajar pela Alemanha, pagando pouco, é o tíquete de trem chamado schönes Wochenende (tradução ao pé da letra: “bom fim de semana”).
Com este, cinco pessoas podem viajar com um único passe por toda a Alemanha com trens que não sejam de alta velocidade. O tíquete tem validade durante algum dia do fim de semana e custa 42 euros. Essa é uma opção acessível, que permite a viagem de Kaiserslautern até Berlim em 11 horas, por apenas 8 euros por pessoa. Por isso, costumo estudar durante a semana e nos fins de semana juntar um grupo de amigos e viajar por aí.
Por que a Alemanha?
Escolhi o país pela qualidade das universidades, pela tecnologia de ponta dos equipamentos fabricados, por eu já possuir algum conhecimento do idioma e ainda pela infinidade de lugares interessantes para se visitar. Posso dizer que me surpreendo positivamente a cada dia com a vida e estudo aqui na Alemanha. E afirmo que o intercâmbio foi uma das melhores invenções da atualidade para se conhecer a si mesmo e mais um pedacinho do mundo.