A Universidade de São Paulo (USP) garantiu seu lugar como única brasileira entre as universidades com melhor reputação no mundo pelo segundo ano consecutivo.
Desta vez, porém, amargou uma queda: antes figurando entre a 61ª e a 70ª posição, a USP agora ficou na faixa das 81-90 melhores – a posição exata não é indicada após os primeiros lugares.
Ainda assim, permanece como destaque não somente no Brasil: assim como em 2013, é a única representante da América do Sul no topo da lista das instituições de ensino superior mais prestigiadas por acadêmicos, conforme ranking divulgado nesta quarta-feira pelo instituto britânico Times Higher Education (THE).
A queda na reputação da USP é vista com preocupação pelo editor do ranking, Phil Baty, que destacou ainda o declínio – em menor grau – de renomadas universidades britânicas e a supremacia dos Estados Unidos.
Ele alertou para possíveis consequências, afirmando que
“sem ações significativas, (a USP) pode entrar em uma espiral para baixo”.
Foi ainda por conta desse aspecto que a instituição brasileira caiu na lista das 200 melhores universidades do mundo, no ano passado, depois de constar por dois anos na elite do ensino global.
“Parece ser o caso de a comprovada excelência da universidade em áreas fundamentais simplesmente não estar sendo reconhecida em partes importantes do mundo. Na Ásia, por exemplo, onde há um extraordinário progresso e investimentos no ensino superior, a USP parece ser pouco divulgada. A verdadeira internacionalização poderia ajudar a instituição a perceber seu potencial,” garantiu o britânico.
Em entrevista ao Terra no ano passado, o editor do ranking THE citou a falta de incentivo ao inglês como um empecilho para o País avançar na publicação de pesquisas científicas – um dos principais pontos da lista. Segundo Phil Baty, isso prejudica a internacionalização das universidades.
Outro obstáculo seria a burocracia presente nas universidades públicas, dependentes dos governos para investir e crescer.
Ao contrário do que acontece no Brasil, onde as melhores universidades são públicas, aquelas que estão no topo do ranking de reputação, como as americanas Harvard e MIT, são instituições privadas com liberdade para buscar parcerias e expandir as atividades.
Universidades americanas lideram ranking de reputação
O ranking de 2014 reforçou a presença de um “grupo de elite” americano e britânico, de acordo com Phil Baty.
O top 100 é mais uma vez liderado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e o único outro país que aparece entre as 10 melhores é o Reino Unido.
Mesmo se destacando em rankings como esse também no ano passado – e em edições anteriores -, foram os EUA que mais ganharam posições no topo: antes em 6º, a Universidade Stanford subiu para o 3º lugar, empurrando para baixo as prestigiadas universidades de Cambridge e Oxford.
Os Estados Unidos têm oito universidades entre as 10 com mais prestígio, seguido apenas pelo Reino Unido.
O ranking de 2014 das 100 universidades com melhor reputação foi elaborado a partir de uma pesquisa com 10.536 respostas de acadêmicos de diversos países, realizada no ano passado pela empresa Ipsos MediaCT para a revista Times Higher Education. Ao todo, 20 países estão representados na lista.