Da Acadêmica, Agência de Comunicação
O laser terapêutico, ou fototerapia com laser de baixa intensidade, acaba de ser comprovado cientificamente como um tratamento eficaz para a dor. Estudo pioneiro do Instituto de Física (IF) da USP mapeou, pela primeira vez, a ação terapêutica do laser e descobriu que ele age bloqueando a troca de sinais elétricos entre os neurônios. Assim, consegue reduzir drasticamente a sensação da dor. A pesquisa foi realizada como tese de doutorado do físico Marcelo Victor Pires de Sousa, com orientação da professora Elisabeth Mateus Yoshimura.
“A eficácia do laser no tratamento da dor já havia sido observada clinicamente, mas nosso trabalho foi pioneiro no esclarecimento dos mecanismos de ação da modulação da dor devido à interação de luz laser com neurônios”, diz Sousa. O uso da fototerapia com laser é um complemento ao uso de medicamentos para dor, principalmente para a dor crônica, já que esses remédios podem perder o efeito depois de algum tempo de uso. “Não existe um processo adaptativo para as terapias físicas, o paciente não vai criar resistência a elas”, diz.
Pesquisa
Para entender a ação do laser terapêutico contra a dor, foi estudada a região do córtex somestésico primário de camundongos – área do cérebro em que todas as informações sobre dor, em humanos e em animais, são interpretadas. Para fins comparativos, essa região do cérebro está para a terapia com laser do mesmo modo que a orelha está para a acupuntura — ou seja, reúne pontos que têm reflexo em todo o corpo. Quando a terapia a laser é aplicada nessa área, ela pode tratar a dor em qualquer parte do corpo.
Ao aplicar feixes de laser nessa região do cérebro, o pesquisador do Instituto de Física descobriu, então, que ele agia bloqueando a transmissão de impulsos elétricos entre os neurônios, reduzindo a propagação da dor. “Essa é uma técnica que deveria ser difundida e muito usada, porque só traz benefícios ao paciente”, diz Sousa.
Os resultados mostram ainda que após a terapia com laser, a sensação da dor foi reduzida em quatro vezes e o efeito anestésico demorou seis horas para passar. Além disso, não foram identificados marcadores de inflamação e queimadura – o que indica ausência de efeitos colaterais.
Atualmente, o custo para aquisição de um equipamento de terapia a laser de baixa intensidade é de cerca de R$ 8 mil. No entanto, o pesquisador Marcelo Sousa já está trabalhando no desenvolvimento de um equipamento ainda mais acessível.
Mais informações: (11) 5091-5237 / 5549-1863
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