Keite Marques / Assessoria de Comunicação da EESC
A equipe EESC-USP Fórmula SAE, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, lançou seu novo carro de competição no último dia 13 de agosto. Batizado como E-12, o protótipo recebeu melhorias, a partir do projeto anterior, para obter maior economia de combustível e melhor desempenho na pista. Ele vai participar da competição “Fórmula SAE Brasil”, que ocorrerá de 17 a 19 de outubro, em Piracicaba.
A competição é um desafio lançado aos estudantes de engenharia, que tem como objetivo a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia automotiva entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade. Ao participar do Fórmula SAE Brasil, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de projeto formulanáutico, desde sua a concepção, projeto detalhado, construção e testes. A competição é promovida pela Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade – Society of Automoblile Engineers (SAE), criada em 1904, nos Estados Unidos.
O diretor da equipe EESC-USP Fórmula SAE, Murilo Rigonato, afirmou que a principal meta para a conclusão do novo carro foi realizar uma reformulação na equipe para desempenhar um trabalho melhor, de forma mais técnica e profissional. “Neste ano, estamos muito confiantes. Tentamos colocar na cabeça da equipe que o único desejo no projeto é vencer competição, e que por isso temos que dar o nosso melhor. É muito mais animado e gostoso trabalhar com esse foco, pois ninguém sente o trabalho como uma obrigação.”
A antecedência no prazo para terminar e lançar o carro foi outro objetivo alcançado pela equipe, diferente de outros anos em que o veículo era apresentando pouco tempo antes da data da competição, não permitindo a realização de mais testes e reparos.
Rigonato comentou que foram mantidos alguns detalhes básicos do último modelo do protótipo, como aerodinâmica e integração entre suspensão e transmissão, para aliviar peso e facilitar a manutenção. Na parte de eletrônica, ocorreram mudanças, como a integração de um GPS mais moderno e um ‘data locker’ – software que faz a leitura de informações sobre o funcionamento do veículo e as salva, mesmo quando não está conectado a um computador.
“O principal objetivo foi deixar o projeto mais enxuto a fim de sobrar mais tempo para manufatura e montagem, conseguir um melhor acabamento, além de garantir mais testes e aumentar a confiança para completar as provas sem riscos de pane. Com as mudanças, o carro deve ficar mais econômico e mais veloz por causa da redução de peso de algumas peças”, explicou o diretor. Segundo ele, o protótipo E-12 é considerado pela equipe como o melhor carro de competição já projetado em todas as edições.
Experiência extracurricular
Antes da apresentação oficial do carro, ocorreu na EESC uma palestra com o engenheiro e ex-aluno Linus de Paoli. Ele atualmente exerce o cargo de supervisor do time responsável por performance e economia de combustível no Campo de Provas da Ford, em Tatuí.
Paoli destacou que o principal diferencial desse tipo de projeto extracurricular, como o Fomula SAE Brasil, é a possibilidade de vivenciar e formar com antecedência uma dinâmica de desenvolvimento de produto muito similar à indústria. Ele citou como exemplo a parte de concepção de produto, projetos, análises computacionais, execução, construção e validação de protótipos, além das interações e discussões de compromisso entre as áreas de serviço.
O engenheiro salientou que essa experiência na graduação acelera o desenvolvimento para o mercado de trabalho, faz com que o profissional obtenha uma maturidade maior e melhor entendimento do ambiente. Também oferece uma bagagem de desenvolvimento de veículos que poucos engenheiros têm apenas com a estrutura curricular dos cursos de engenharia.
“Os grupos extracurriculares são muito mais do que viver a teoria na prática, são vivenciar um ambiente de indústria antes do fim da graduação. Isso torna o engenheiro mais maduro e o crescimento profissional mais rápido”, explicou Paoli.
Fórmula SAE
A competição Fórmula SAE Brasil dura três dias, período em que os carros passam por provas estáticas e dinâmicas, avaliando a performance de cada projeto na pista, assim como as apresentações técnicas das equipes, que inclui projeto, custo, e uma apresentação de marketing. Meses antes da competição, os estudantes enviam para o comitê organizador relatórios de custos, estrutura, atenuador de impacto e projeto. Os relatórios são avaliados por engenheiros especialistas e já valem como a primeira parte da avaliação dos protótipos.
Durante a competição, nas provas estáticas, as equipes devem demonstrar se o carro apresentado no projeto equivale ao apresentado no evento. São avaliadas as soluções apresentadas, nos aspectos de manufatura, custos e qualidade do produto final. Os estudantes devem também comprovar para diretores da indústria automobilística que seu produto é economicamente viável dentro do nicho de mercado. Além das avaliações do projeto, o carro também passa por inspeção técnica, na qual são vistoriados itens de segurança e regulamento.
As provas dinâmicas ocorrem no segundo dia do evento para determinar o carro melhor ajustado para a competição; prova de aceleração numa reta de 75 metros, prova de estabilidade lateral, e por fim uma volta em uma pista montada por cones. A última prova inclui um enduro de resistência de 22 quilômetros (km), numa pista travada. Os veículos que conseguirem passar pelo enduro, ainda passam pela prova de consumo de combustível. Todas essas provas são pontuadas de maneiras diferentes, de maneira a garantir que o melhor conjunto de projeto e carro vença a competição.
Mais informações: (16) 3373-6600, email: [email protected]
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