Evolução da Cadeia Produtiva
Tudo que se produz visa ao consumo. Isto é secular.
O arroz, o feijão, a casa, a estrada, a bicicleta, o carro são produzidos para consumo. As formas como se articularam os modos de produção de bens é que ao longo dos tempos se modificaram.
Quando vamos a um supermercado e compramos gêneros alimentícios, bebidas, calçados, material de limpeza, etc., estamos adquirindo bens. Da mesma forma, quando pagamos a passagem do ônibus ou uma consulta médica, estamos pagando um serviço.
Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participam da vida econômica de uma nação é o conjunto de indivíduos que participam da produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Modos de Produção
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.
Modo de produção = forças produtivas + relações de produção
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Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
Modo de produção primitivo
O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo e socialismo mal ultrapassa cinco milênios.
Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a ideia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.
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As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.
Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação.
Modo de produção escravista
Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinha nenhum direito.
Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.
Modo de produção asiático
O modo de produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia e também na África do século passado.
Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos, que eram forçados, e pelos camponeses, que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam.
Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático:
• A propriedade de terra pelos nobres;
• O alto custo de manutenção dos setores improdutivos;
• A rebelião dos escravos.
O Escravismo no Brasil
O esgotamento europeu do modo produção feudal levou Portugal e Espanha aos mares.
Aportados na costa oriental da África, descobriram o negro africano.
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Para a Metrópole portuguesa, em especial, o escravismo indígena deixa de ser um bom negócio. Insere-se, neste contexto, o tráfico negreiro, que além de atender à mão de obra da cana-de-açúcar, garantia à coroa portuguesa excelente lucro.
Começa uma história para o Brasil de construção de riqueza, em todos os planos, baseada na escravidão africana.
Apesar de colônia de exploração, são pés e mãos de negros do além mar que no Brasil começam uma história crescente de agroexportação.
Não se faz referência maior ao trabalho do negro e do índio na forma embrionária da construção das riquezas do Brasil.
Pressão inglesa, anseio maior de uma sociedade nacional já formada com ideias abolicionistas, fez essa forma desumana de produção ser extinta.
Modo de produção feudal
A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedades deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal. Já começava a aparecer as relações capitalistas de produção.
Crises de abastecimento, ascensão da burguesia, revoltas, doenças (peste negra) acabaram esgotando o modo feudal de produção.
Modo de produção capitalista
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.
O capitalismo compreende quatro etapas:
a) Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas.
b) Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum.
c) Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas indústrias, que se tornam a atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.
d) Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, à indústria, à pecuária e ao comércio.
Modo de produção socialista
A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual.
Com a implosão do mundo socialista, referendado pela Queda do Muro de Berlim, a forma socialista de produção entra em processo de transição para uma produção capitalista.
Saiba mais sobre A Cadeia Produtiva nesta aula do canal ADM em AÇÃO, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios!
Desafios
Questão 1
(UFMA) O modo de produção que se caracteriza pela relação entre trabalho assalariado e capital é definido como modo de produção:
a) asiático.
b) camponês.
c) mercantilista;
d) capitalista.
e) socialista.
Questão 2
A história em quadrinhos apresenta uma característica fundamental do modo de produção capitalista na atualidade e uma política estatal em curso em muitos países desenvolvidos. Essa característica e essa política estão indicadas em:
(A) liberdade de comércio – ações afirmativas para grupos sociais menos favorecidos
(B) sociedade de classe – sistemas de garantias trabalhistas para a mão de obra sindicalizada
(C) economia de mercado – programas de apoio aos setores econômicos pouco competitivos
(D) trabalho assalariado – campanhas de estímulo à responsabilidade social do empresariado
Questão 3
“A Natureza faz o corpo do escravo e do homem livre diferentes. O escravo tem corpo forte, adaptado para os trabalhos braçais; o homem livre tem corpo ereto, inadequado para tais trabalhos mas apto à vida de cidadão. Na cidade bem constituída, os cidadãos não devem viver executando trabalhos braçais (artesãos) nem fazendo negócios (comerciantes). Tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania. Esses tipos de vida são ignóbeis e incompatíveis com a prática da cidadania, pois o ócio é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e às atividades políticas.”
(ARISTÓTELES, 384-322 a.C. Política [Adapt.].)
O fragmento transcrito retrata a ideologia dominante
a) no Período Homérico, expressando o ponto de vista burguês sobre as demais classes sociais.
b) no Império Romano, exaltando a pureza étnica que deveria distinguir os cidadãos de Roma.
c) no Período Helenístico, como forma de justificar a dominação grega sobre os povos orientais.
d) na Grécia Clássica, evidenciando um preconceito contra o trabalho bruto e manual.
e) na Idade Antiga, tendo desaparecido nos séculos subsequentes, mas ressurgindo no mundo capitalista.
Questão 4
(…) Sob o discurso do desenvolvimento sustentado, o que vem ocorrendo é uma reconversão do antigo modelo às novas realidades. Certamente um novo pacote tecnológico será vendido ao mundo sob a égide de controle e recuperação ambiental… Na verdade estamos tratando de um novo ciclo de industrialização e não de mudanças na organização social do trabalho e nas relações entre a sociedade e a natureza.
(Sueli Ângelo, 1993)
Neste texto, a autora
a) acredita na capacidade da ciência e da tecnologia em resolver o conjunto dos problemas ambientais.
b) sustenta que o industrialismo e o produtivismo, mediante o progresso técnico-científico, já estão encaminhando a solução das questões ambientais.
c) sugere que a questão ambiental não será resolvida apenas por meio do progresso técnico-científico e da implantação de um novo ciclo de industrialização.
d) afirma que o modo de produção capitalista se encaminha para a solução das questões ambientais, por meio de um novo ciclo de industrialização que reequilibre os ecossistemas.
e) sustenta que a solução das questões ambientais será encaminhada por mudanças nas relações entre sociedade e natureza, e não pelo uso da ciência e da tecnologia.
Questão 5
“Com o inicio da expansão marítima e conseqüente expansão comercial a partir dos séculos XIII e XIV, a economia e a sociedade européia profundamente modificadas, como conseqüência da expansão das atividades comerciais acabou com a economia de subsistência e passou-se então a estimular-se a produção de excedentes, os precursores dessas modificações e da expansão marítima foram Portugal e Espanha que logo recorreram ao trabalho escravo para suprir a produção agrícola e também para a extração de metais preciosos para abastecer o mercado europeu.”
Observe as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta
I – Os escravos foram as mãos e os pés do Brasil, também da Europa e do sul dos Estados Unidos, pois construíram sua economia com base nos lucros proporcionados por esta prática.
II – A economia implantada no sul dos EUA era muito semelhante à do nordeste brasileiro no mesmo período, a monocultura exportadora, no caso dos EUA, o cultivo do tabaco, algodão e arroz, latifúndios e mão de obra escrava.
III – O Brasil foi uma sociedade escravista ou escravocrata. Durante a maior parte de sua história, o trabalho necessário ao funcionamento da sociedade era realizado pelos escravos, vindos da África. A mão de obra escrava indígena também foi utilizada durante um curto período.
a) Apenas a afirmativa I está correta
b) Apenas a afirmativa II está correta
c) Apenas a afirmativa III está correta
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
e) Todas as afirmativas estão corretas
Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!
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