Denise Casatti / Assessoria de Comunicação do ICMC
Ele quer trabalhar no Google quando crescer. Com apenas 11 anos, Eduardo Falvo está sentado em um dos laboratórios de computação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, na manhã chuvosa de sábado, 13 de dezembro, resolvendo os desafios de programação no evento a Hora do Código no ICMC.
A presteza do garoto diante do computador surpreende aos que assistem à cena tanto quanto sua resposta firme na hora de falar sobre a profissão que pretende exercer no futuro. “Sempre gostei de mexer no computador”, revela. Ao pai, Maurício Falvo, cabe o papel de estimulá-lo: “Acho importante ele entender que trabalhar com jogos não está relacionado apenas a jogar”.
No total, mais de 70 pessoas participaram da Hora do Código do ICMC, divididas em duas turmas: uma iniciou as atividades às 10 horas e outra às 15 horas. Na abertura do evento, a atração foi o robô NAO. “Ele é um exemplo do que se faz hoje em dia com a tecnologia da computação. A linguagem que usamos para fazer esse robô ou um carro sem motorista se locomover é muito parecida com a que vocês aprenderão hoje ao resolver os exercícios da Hora do Código”, explicou o professor Fernando Osório, do ICMC.
Para o comerciante José Roberto Pereira, 66 anos, o evento foi uma oportunidade de entender melhor a máquina e ver como ela executa as tarefas. “Para mim, isso tudo é uma novidade. A atenção que os tutores me deram foi muito importante”, contou. Participaram voluntariamente da ação 20 tutores, contribuindo para esclarecer as dúvidas dos participantes.
Além disso, em muitos desafios, eram as pequenas mãos das crianças que apoiavam as mãos de avós e pais sobre o mouse, mostrando como eles deveriam executar as ações. “Eu dei umas dicas para o meu avô”, disse Mariana de Souza, 8 anos. “Ela está melhor do que eu. É que eu não pratico muito e ela vive jogando, já tem mais familiaridade”, confessou o avô, João Alberto de Souza.
Segundo Osório, o evento também contribui para que as pessoas percam o medo das áreas de ciências exatas e da programação em especial: “É importante desmistificarmos essa área, que é muito carente de mão-de-obra no Brasil”. A presidente da Comissão de Cultura e Extensão do ICMC, Solange Rezende, vislumbra ainda outro papel fundamental para esse tipo de iniciativa: “Estamos semeando sonhos, mostrando que a USP é para todos”.
Sobre a Hora do Código
A iniciativa do ICMC faz parte de um movimento global que atingiu mais de 75 milhões de pessoas em todo o mundo este ano e mais de 568 mil pessoas no Brasil. Trata-se de um convite para que as pessoas se dediquem, durante uma hora, a resolver uma série de desafios intuitivos e lúdicos. O objetivo é desmistificar a programação e mostrar que todos podem aprender os fundamentos básicos da computação.
Quem não conseguiu participar do evento, ainda pode participar da iniciativa acessando os tutoriais que estão disponíveis no site. Para as pessoas que não têm qualquer experiência com programação, os especialistas do ICMC recomendam começar primeiramente pelo tutorial do Angry Birds e, a seguir, prosseguir pelos demais, que são mais complexos.
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