Hérika Dias / Agência USP de Notícias
Conteúdos em 3D, que parecem holográficos, manipulados na palma da mão. Parece tecnologia do futuro, mas ela já existe e foi desenvolvida por pesquisadores do Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP) do Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (CITI) da USP. O sistema de realidade virtual esférico e de baixa dimensão é inédito e pode revolucionar o mercado de simulação, com aplicações em vídeo game, cinema 3D, design, parques de diversões, mecânica, medicina, entre muitas outras áreas.
O projeto chama-se Spheree e consiste em uma tela esférica, de multiprojeção com correção de perspectiva, para visualização e edição de conteúdo em 3D. A plataforma oferece interação gestual que permite ao usuário movimentar ou rotacionar objetos, além de manipulá-los utilizando ferramentas.
Confira vídeo demonstrando o funcionamento do Spheree:
De acordo com Marcelo Zuffo, coordenador do CITI e professor da Escola Politécnica (Poli) da USP, o Spheree apresenta um novo paradigma para a visualização de realidade virtual em esfera de conteúdo tridimensional, já que os sistemas mais comuns em realidade virtual são em formato cúbico e por isso podem apresentar distorções de imagem.
“O que faz o sistema inovador é a utilização de vários miniprojetores calibrados e combinados automaticamente criando um espaço de pixel uniforme sobre a superfície da esfera. Estes miniprojetores transformam um globo translúcido em uma tela 3D interativa de alta resolução com perspectiva corrigida”, explica Zuffo.
Segundo o professor, o Spherre é feito de acrílico translúcido com tratamento óptico que produz o efeito de percepção em profundidade, além disso, a resolução é de retina, compatível com a resolução do olhar humano.
Os usuários interagem com Spheree de duas formas, utilizando dispositivos de handtrack, como caneta stylus, que permite apontar e selecionar com precisão, adequado para programas de esculpir, ou usando ambas as mãos com gestos para explorar o conteúdo 3D, manipulando a posição e tamanho do objeto por meio de rotação, translação e escala.
O sistema também permite design colaborativo pareados com programas em desktops como, o Blender, permitindo que edições realizadas em qualquer um desses dispositivos sejam espelhadas no outro.
Com esse sistema de realidade virtual, é possível que os usuários caminhem ao redor do objeto que está sendo explorado, para entender melhor sua geometria e propriedades físicas, simulando algo semelhante à criação de esculturas da vida real.
“A plataforma rastreia a posição do usuário e da Spheree para renderizar imagens de perspectiva corrigida na superfície da esfera, proporcionando referências de paralaxe de movimento, isolamento, iluminação e de profundidade para o usuário”, afirma Zuffo.
O projeto envolveu pesquisadores da USP, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade Federal do ABC (UFABC), além de pesquisadores da University of Saskatchewan (USASK), University of British Columbia (UBC). Entre os financiadores do Spheree estão a FAPESP, CNPq, NSERC e GRAND NCE.
NAP CITI
Voltado para a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento tecnológico, com foco na inovação, o CITI tem sua área de atuação concentrada nos temas de “Interação Humano-Computador” (IHC) e “Meios Eletrônicos Interativos” (MEI).
Os principais objetivos de pesquisa são promover a investigação científica multidisciplinar e experimentar vários desenvolvimentos tecnológicos de impacto no humano em áreas de grande relevância, como educação, saúde, acessibilidade, comunicação, energia, artes dentre outros. Assim, dois conceitos importantes estão associados a este centro: o conceito de Usina de Ideias (Think-tank) e o conceito de Fábrica-Laboratório (FabLab).
Com informações da assessoria de imprensa do CITI
Mais informações: (11) 3091-9146/5661, com Elena Saggio, da Assessoria de Imprensa do CITI
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