Marcela Baggini / Serviço de Comunicação Social da Prefeitura do Campus USP de Ribeirão Preto
Pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, em que foram entrevistados 218 pacientes diabéticos, detecta que apenas 8,7% deles estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) normal. Outros 91,3% que participaram da pesquisa estão com sobrepeso (31,19%) ou obesos (60,09%).
Segundo a pesquisadora Anna Claudia Martins Coelho, os resultados apontam que os diabéticos não seguem as dietas e práticas propostas pelos profissionais da saúde. “Os pacientes disseram que seguem, em média, as recomendações médicas referentes à alimentação apenas durante quatro dias por semana. Já os exercícios, apenas em dois.”
Na pesquisa foi possível identificar ainda que a circunferência abdominal dos participantes também está alterada. Cerca de 93% das mulheres e 68% dos homens estão acima da medida ideal. “Para o controle de peso, os pacientes devem atrelar alimentação adequada à prática de exercícios físicos”, diz Anna.
Sobre a alimentação, a enfermeira comenta que o ideal é se alimentar de três em três horas, dando preferência para fibras, que auxiliam no controle da taxa de glicemia. “Já sobre a duração dos exercícios, deve haver planejamento para que não haja hipoglicemia”, alerta Anna, que lembra que o recomendado é praticar exercícios cinco vezes por semana, cerca de meia hora por dia.
Os participantes da pesquisa têm idade média de 60 anos e a baixa escolaridade atinge em torno de 83%. Em relação ao tabagismo, 36,7% deixaram o vício, enquanto 11% ainda fumam.
Pressão alterada
Segundo a enfermeira, o uso de tabaco reduz a sensibilidade à insulina, uma vez que afeta a circulação periférica e diminui a sensibilidade tátil. “Por sua vez, o álcool pode acarretar hiperglicemias e descontrole da doença”. Anna alerta que bebidas alcoólicas trazem prejuízos à saúde de qualquer pessoa, independente de serem portadoras de diabetes.
Além disso, a maioria dos participantes tem pressão arterial alterada. Para a pesquisadora, cerca de 1/3 dos participantes poderiam ter o problema da pressão arterial diminuído com a prática de exercícios físicos.
Para a pesquisadora, as condições socioeconômicas dos pacientes não devem ser desconsideradas, pois assim as chances de adesão ao tratamento aumentam. “Para incentivar a adesão a novos hábitos alimentares, é preciso evitar o termo ‘dieta’, pois traz a ideia de restrição”, conta a pesquisadora, que sugere a substituição da palavra por plano alimentar ou alimentação saudável.
A melhora desse quadro também passa pela mudança de postura dos profissionais de saúde em relação aos pacientes. “Medir a glicemia, por exemplo, é uma prática que deve ser mais incentivada”, conta Anna.
A pesquisa Autocuidado das pessoas com diabetes mellitus tipo 2 em seguimento ambulatorial foi orientada pela professora Ana Emília Pace e defendida no final de 2013.
Mais informações: (16) 98145-8568, email [email protected]
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