Da Agência USP de Notícias
No dia 25 de novembro, foi realizada a final do Prêmio Novos Talentos para Agricultura Sustentável, promovido pelo Instituto Fórum do Futuro e da Rede de Fomento para a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). A premiação é destinada a jovens universitários selecionados com as melhores ideias para um desenvolvimento sustentável. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba conquistou o primeiro lugar com pesquisa que associa biodiversidade da Amazônia à produtividade da soja e do milho.
O trabalho é de autoria de Bruna Durante Batista, doutoranda em Genética e Melhoramento de Plantas. A princípio, a acadêmica foi orientada pela professora Aline Aparecida Pizzirani-Klainer, depois pela professora Maria Carolina Quecine Verdi, do Departamento de Genética (LGN) da Esalq. Participaram do trabalho vencedor a estudante de Ciências Biológicas, Andrea Ferrari, e o professor João Lúcio de Azevedo, do LGN.
Em síntese, os pesquisadores da equipe “Fertilibac” encontraram nas raízes da planta do guaraná, da Amazônia, bactérias com o potencial de estimular a produtividade da soja e do milho. Essas rizobactérias têm o potencial de promover o crescimento da produtividade por meio de mecanismos de fixação biológica de nitrogênio, entre outros. O conceito central da pesquisa revela o enorme potencial de inovação disponível no patrimônio de biodiversidade do País.
O objetivo da iniciativa é aproximar os estudantes das oportunidades acadêmicas, científicas, profissionais e de empreendedorismo embutidas no desafio de aumentar a produção de alimentos em escala planetária e, ao mesmo tempo, intensificar a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Assim, numa primeira etapa, as melhores propostas de alunos de graduação e de pós-graduação foram selecionadas em suas instituições acadêmicas para irem à Brasília. Participaram dessa fase a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Esalq.
A competição distribuiu entre os ganhadores prêmios no valor de 55 mil reais, que visam apoiar a formação de startups a partir das ideias selecionadas. Além das Ciências Agrárias, também foram consideradas áreas como a Biologia, a Informática, a Economia, o Design e Administração, uma vez que o setor exige urgentes soluções nas áreas de gestão e de planejamento.
Projeto premiado
Certamente o Brasil retém uma das maiores reservas de biodiversidade mundial, com uma flora rica e ainda por ser descoberta. Associadas a essas plantas, em especial bem próximo às raízes, encontram-se as rizobactérias. Essas bactérias têm sido estudadas pelo seu potencial de promover o crescimento vegetal e consequente aumento da produtividade agrícola através de mecanismos como a fixação biológica de nitrogênio, solubilização de fosfatos, produção de ácido indol-acético, entre outros.
Assim a equipe Fertilibact, visando explorar de maneira sustentável o uso de microrganismos associados a plantas, propõe um método de promoção do crescimento de milho (Zea mays) e soja (Glycine max) a partir da bacterização de sementes utilizando a rizobactéria RZ2MS9 (Bacillus sp.), isolada do guaranazeiro (Paullinia cupana), uma espécie vegetal típica da Amazônia.
O Bacillus sp. RZ2MS9 apresentou, em casa de vegetação, efeito expressivo de promoção de crescimento vegetal com aumento de até 230 e 90% do peso seco de milho e soja, respectivamente, comprovando seu potencial como bioinoculante para aplicação também em campo o que resultará em reduções significativas no uso de insumos químicos para produção agrícola.
Mais informações: (19) 3447-8613/ 3429-4109/ 3429-4485
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