Na próxima terça-feira, 17 de setembro, a UFRGS abrirá as inscrições para seu concurso vestibular 2014, a exemplo de como vêm fazendo muitas das universidades que ainda mantém seus processos seletivos individuais. Para muitos estudantes, essa é também uma temporada de muita ansiedade, já que não são raros os que ainda estão completamente indecisos com relação a que carreira seguir.
O acesso fácil a grandes repositórios de informação proporcionado pela Internet contribui para essa indecisão. Hoje em dia, o número de opções de cursos tem acompanhado a criação de novos ofícios e a necessidade crescente de especialização dos profissionais que atuam em nossa sociedade. A própria UFRGS, que, em 1997, oferecia 49 opções de cursos, oferecerá, no concurso de janeiro de 2014, 89 alternativas a seus candidatos, o que representa um acréscimo de mais de 80% em pouco mais de 15 anos.
Isso tudo potencializa a ansiedade dos jovens pretendentes a uma vaga em uma universidade renomada – isso sem entrar no mérito do quão precipitado é exigir que alguém decida, antes dos 20 anos, “o que quer ser quando crescer”.
Se você compartilha desse sentimento, tenho algumas recomendações:
- A maior vantagem de escolher cedo surge quando a escolha é errada: David Kelley, fundador da IDEO e um dos precursores do design thinking, é citado como o autor da frase “fracasse logo, tenha sucesso mais rápido”. Não há dúvidas de que é excelente acertar na escolha e descobrir em si próprio, anos mais tarde, um profissional plenamente realizado, mas isso não pode ser uma obrigação. Em um mundo com tantas possibilidades de atuação, mudar de ideia durante o curso de seus estudos não só é aceitável, mas também é, de certa forma, altamente provável.
- Converse com pessoas que amam o que fazem: todos nós conhecemos pessoas que são absolutamente encantadas com suas próprias atividades profissionais. Essas pessoas costumam também ser as mais inclinadas a compartilhar suas impressões a respeito das nuances do dia-a-dia de suas profissões. Busque apoio em histórias de sucesso e não tome como referência pessoas que manifestam incerteza, indiferença ou, até mesmo, uma certa dose de melancolia em relação a seus ofícios.
- Na dúvida, dê um peso maior à emoção: quem tem tantos ex-alunos quanto eu sabe que desempenho educacional não é sinônimo de sucesso profissional. Via de regra, as pessoas que têm mais destaque em suas áreas de atuação são as que descobrem e seguem suas verdadeiras vocações. Decisões tomadas a partir de imposição familiar, busca de status ou ambição financeira costumam conduzir a resultados desastrosos, especialmente a médio e longo prazo. Portanto, em caso de empate, decida conforme o que o coração mandar!
Bônus: nesse vídeo de pouco menos de 6 minutos, meu amigo Fernando Elias José, também blogueiro do ClicRBS, compartilha alguns conselhos sobre o tema. É bom ouvir com atenção, pois esse sujeito ama o que faz!