Competências avaliadas na prova de redação
II. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
O eixo da competência II reside na compreensão do tema que instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto escrito, em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio desse tipo de texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados, informações e conceitos amplos, tendo-se em vista a construção de uma argumentação, em defesa de um ponto de vista.
Elementos da Comunicação:
- Emissor: aquele que envia a mensagem
- Mensagem: conteúdo das informações
- Receptor: aquele a quem a mensagem é destinada
- Canal: meio pelo qual a mensagem é transmitida
- Código: conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem
- Contexto: objeto ou situação a que a mensagem se refere
Funções da Linguagem
• Referencial/Denotativa: referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial busca transmitir informações objetivas sobre ele. Predomina nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos, já que transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
• Emotiva/Expressiva: através dessa função, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva.
• Poética: quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de ideias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários. O objetivo do emissor é expressar sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música.
Já que essas funções, em geral, não aparecem isoladamente, costumamos perceber uma boa mistura delas, porém, existe sempre uma que se sobressai, é justamente por isso que podemos identificar a finalidade principal do texto.
• Dissertação-argumentativa: texto em prosa, expositivo, organizado de idéias, cuja função linguística é desenvolver raciocínios e análise de contextos, dados e fatos; deve ser dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão, traçadas de maneira progressiva e obedecendo a uma sequência lógica. Além disso, argumentos que corroborem o ponto de vista exposto devem ser apresentados. Dá-se preferência à função Referencial, ou Denotativa da linguagem como base de escritura.
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Dica 2 – Você conhece as cinco competências usadas para avaliar os estudantes na prova de Redação Enem? Conheça mais sobre elas e fique preparado! – https://fuvestibular.com.br/competencias-redacao-enem/
Dica 3 – Veja como identificar, comparar, explicar, justificar e contextualizar durante a interpretação de um texto nesta aula de revisão para a Redação Enem – https://fuvestibular.com.br/interpretacao-de-texto-redacao-enem/
Que tal, agora, identificarmos as funções dos fragmentos abaixo?
Fragmento 01
Augusto de Campos
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Fragmento 02
Óbito do Autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. In: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
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Fragmento 03
Machado de Assis (Joaquim Maria M. de A.), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da Cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado escolhesse o nome do autor deO Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
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Fragmento 04
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Fragmento 05
_ Alô.
_ Alô, quem é?
_ É o João, o Pedro t’aí?
_ Heim?, que Pedro?
_ O Pedro, ora, o Pedro…
_ Acho que você ligou pro número errado?
_ Heim?, qual é o número aí?
_ Pra que número você ligou?
_ Olha, não vá bancar o engraçadinho… eu perguntei primeiro… cê tá entendendo?… eu perguntei o número primeiro…
_ Então continua perguntando, pra ver se alguém te responde… se não der seu número eu não dou o meu!, viu?!
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Fragmento 06
O Pavão
Rubem Braga
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
Rio, novembro, 1958
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Fragmento 07
Jorge (muito bem) Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na bela fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna, na abençoada Bahia, filho de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal . Além dele, os pais foram agraciados com mais três filhos: Jofre (1915), Joelson (1920) e James (1922)!
Bebê ainda, contava então com apenas dez meses, teve a ingrata visão de seu pai ferido numa tocaia dentro de sua própria fazenda… No ano seguinte, uma epidemia de varíola obrigou a família a deixar o local e, amedrontada pelo horror da doença, se estabelecer em Ilhéus… Em 1917 a família mudou-se novamente, desta feita para a Fazenda Taranga, em Itajuípe, onde seu pai voltou à pesada lida na lavoura de cacau.
Em 1918, já alfabetizado por sua abençoada mãezinha, Jorge retornou a Ilhéus e passou a frequentar a escola de D. Guilhermina, boa professora que, porém, não hesitava usar a tão temida palmatória e impor outros terríveis castigos a seus alunos. No ano de 1922 criou um jornalzinho, “A Luneta”, que foi distribuído para vizinhos e parentes. Nessa época foi estudar em Salvador, em regime de internato, no Colégio Antonio Vieira, de padres jesuítas.
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