Lucas Facciuto Roschel, 23 anos, está na última fase do curso de Ciências Contábeis na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em outubro do ano passado, ele participou de um intercâmbio no Politécnico de Milão (Polimi), na Itália. Ficou lá um semestre e cursou disciplinas ligadas às áreas de contabilidade e administração. Abaixo o relato do universitário sobre a experiência.
Descêndencia italiana
A ideia do intercâmbio surgiu quando eu ainda estava na metade do curso. Sempre pensei que viver uma experiência no exterior seria algo muito proveitoso e que agregaria tanto em conhecimento quanto no currículo. Mas, na mesma proporção que aumentava a minha vontade de viver esta experiência, aumentavam também minhas dúvidas para a escolha do país e da faculdade que frequentaria.
Assim como muitos brasileiros, sou descendente de italianos. Meu avô materno veio ainda pequeno para o Brasil com seus pais e mais uma irmã. Eles Fugiam da Segunda Guerra Mundial e encontraram aqui a paz que lhes faltava em sua terra natal. Seguramente, impulsionado pelo “sangue italiano” que corre em minhas veias, acabei escolhendo ir para a Itália. Sempre tive a vontade de estudar a língua italiana, conhecer melhor a cultura e quem sabe morar um tempo no país de meus antepassados.
Dois anos de planejamento
Como fiz um planejamento com bastante antecedência, foram aproximadamente dois anos (e a todos que pretendem um dia realizar um intercâmbio aconselho fazer o mesmo), pude fazer aulas de italiano por um ano e meio, preparar com calma a documentação necessária e programar tudo que pretendia fazer enquanto estivesse por lá. Isso me possibilitou ter menos dificuldades com a fala e a compreensão da língua, não ser pego de surpresa com a falta de documentos, ter em mente tudo que deveria fazer para não voltar frustrado e, como resultado, aproveitar ainda mais esta grande experiência de estudar em outro país.
Crescimento
Após voltar ao Brasil, posso dizer que o intercâmbio me fez crescer em vários aspectos. No lado acadêmico, tive o privilégio de estudar em uma das melhores universidades da Itália. No lado pessoal, realizei o sonho de viver no país que mais amo, depois do Brasil, claro! No lado cultural, não somente vi o Coliseu, a torre de Pisa e outros locais impressionantes, mas também adquiri a vivência daquela cultura.
E por fim, no lado humano, hoje me vejo mais responsável, melhor preparado para lidar com as pessoas e para me adaptar às situações. Estar em um ambiente de cultura diferente à que estamos habituados nos faz desenvolver a necessidade de adaptação ao meio em que estamos inseridos. Comigo não foi diferente, vivi isso na pele! Se voltasse no tempo, faria tudo da mesma maneira. Acredito que acertei em escolher o país que mais tinha vontade de ir. Isso me proporcionou um sentimento de realização, que certamente fez com que tivesse a mente mais aberta para reter os aprendizados e viver mais intensamente as emoções.
Imprevistos
Claro que nem tudo sai como planejado. Também é preciso dar um espaço para o improviso. Mas é bom lembrar que quando o planejamento é bem feito, fica mais fácil tomar decisões. Às vezes surpresas acontecem, mas elas servem para deixar a experiência ainda melhor! Meu último recado é: se você sonha em realizar um intercâmbio não deixe esta oportunidade passar! Além de ser interessante no currículo, é uma experiência inesquecível que proporciona um aprendizado único, que só tem quem já foi!